31 de dezembro de 2009

Deixando 2009 correr.

Não vou dizer nada.

Me nego, renego e não nego que a vida é bem engraçada. Um aninho terminou, que teve tanta coisa! Meu deus. Lendo minha agenda de alguns anos atrás me surpreendo como alguns pensamentos persistiram (e persistem, ainda) durante tanto tempo em mim. Permitir-me mudar, porque essa é a única certeza que eu posso ter: As coisas vão sempre mudar. E não é promessa, é mudança notável que transcrevo, cansei de prometer. Prometer pros outros e não cumprir é uma desonra. Mas prometer a si mesmo? É bem pior.

Agradecer pelas grandes oportunidades, pelas grandes companhias. Pelos olhares e pelos sorrisos. Abraços quentes em um tempo onde a era glacial é que toma conta dos corações.

Meu quarto parece o mesmo, mas as mudanças pra mim são estremamente pequenas. Uma foto a mais, um bilhetinho, meus desenhos colados na janela para lembrar de como é bom criar, porque nós "criamos" grande parte do que nos cerca. A mesma história de sempre, semeamos.

2009 poderia ser resumido em alguns copos vazios, e lindas madrugadas que eu tive a oportunidade de ver amanhecer. Pode ser resumido em manhãs onde o atraso passa a ser normal, e eu levo no meio para aprender (again, acontece com todo mundo). Pode ser resumido em muita muita saudade. Pode ser resumido em experiências utópicas ao meu ex-ser comandante anterior. Anterior, interior! Ah, é como mar, se tivesse ondas em forno alegre eu pularia, só pra lembrar mais um pouquinho do que passou... E que serviu - de FATO - para algumas coisas. Muita coisa que eu vou seguir construindo, não para 2010, mas para sempre.

Como eu já disse, eu não vou dizer nada.

Feliz ano-novo pra todo mundo, sinto saudade.
Logo, logo todos estaremos de volta..
E para os que não foram, eu sei que vocês estarão aqui. Eu também.


Babilônia em chama-a-a-s!

26 de dezembro de 2009

Tópicos para uma semana utópica

Quinta-feira:
Olhar o mundo
Com a coragem do cego
Ler da tua boca as palavras
Com a atenção do surdo
Falar com os olhos e as mãos
Como fazem os mudos

Sexta-feira:
Assunto de família:
Melhor fazer as malas
E procurar uma nova
(Só as mães são felizes)

Sábado:
Não adianta desperdiçar sofrimento
Por quem não merece
É como escrever poemas no papel higiênico
E limpar o cu
Com os sentimentos mais nobres

Domingo:
Não pisar em falso
Nem nos formigueiros de domingo
Amar ensina a não ser
Só fogos de São João no céu sem lua
Mas reparar e não pisar em falso
Nem nas moitas do metrô nos muros
E esquinas sacanas comendo a rua
Porque amar ensina a ser só
Lamente longe por favor
Chore sem fazer barulho.

Cazuza.

Limbs

Aê! Final de ano, coisas terminam para outras tantas começarem de forma inesperada. Cada uma delas traz algumas pequenas alegrias que fazem a gente poder - no mínimo - ficar um pouquinho mais tranquila. Observar a nossa volta, faz ver o auto-controle do caos que aprendi a ter depois de todos esses anos. É no mínimo bem engraçado ver como as coisas acontecem.

Mas sem essa de agir como expectadora da minha própria vida, cansei dessas. Uma vez uma amiga me disse que eu que costumo ver as coisas de fora - de fora da bolha. E que as vezes parece que eu finjo que não vi (agradável demais). Quem sabe? É de fato muito mais conveniente ficar nesse limbo, ao invés de ser considerada louca. Tem seus prós e contras que hoje - literalmente, 26 de dezembro - não faz diferença. Construção.

Terra fértil. Contrução de terra fértil. Plantações, água, vento, sentir a terra aos nossos pés. Nada a ver, misturado com a ver com nada? Definitivamente... sim. Com pé e nem um pouco de cabeça que isso é pra gente que pode. Como posso respirar verde - e socialista - em meio a cidade grande? Do mesmo jeito que uma lagarta pode cantar embora esteja prestes a morrer.

Pontos de interrogação. Pontos de exclamação. Mensagens carinhosas, respirações curtas, e inspirações de nos tirar o fôlego. Unhas quebradas, mentes rachadas, limbo imaculado. Dei uma vez, não dei as outras três, quero tudo outra vez. Quero mais e quero melhor, mas não quero nenhuma dessas coisas aí. Quero tanto quanto sou, e se nada sou - a ver com nada - que sentindo há em querer?

Afinal de todas as exclamações há sempre todas aquelas interpretações de texto, interpretação de face, de resto, de rosto e de pensamento... Quando o que há pra interpretar vai bem além de 5 alternativas e um gabarito no final do dia. Que tal um espelho? Que tal nós mesmos, sombra e água fresca? Que tal auto-resolução? Essa faz bem pro coração. Aliás falando em coração, ai tá alguma coisa pra recordar, 2009 serviu de alguma coisa, pra mudar conceito disso.

Músculo que bombeia sangue para todas as partes do corpo. Alimenta, vicia, não necessita mas alivia. Não sabemos viver com ele, mas sem ele tudo fica mais distante, como gostam de dizer "pra olhar de longe". Olhar de longe não é tão ruim - e não digo isso como defensora da prática diária - só que olhar de perto, esse olhar sim dá um outro brilho pro mundo, e pro olhar. E a sinceridade.

Boas festas pra todos. Sinto saudade, mas logo logo estarei de volta.
Logo, e logo, e logo, e logo...

15 de dezembro de 2009

(IN)constante.

"Sou um ser em constante mutação
Sou “Eu Mesma”, mas não sou “Sempre a Mesma”
Não sou normal, pois ser normal é chato
É repetitivo, e EU gosto de transformações
Gosto de olhar por vários prismas e
Mudar de opinião, de gosto, etc.
A mudança não é somente física,
Mas também é abstrata e intrínseca
A beleza e juventude se vão
Mas o conteúdo da alma permanece ...”
Lucia Martins

14 de dezembro de 2009

Inside 2

Muita gente fala quando acaba um ano que vai sentir muito pelo que deixou de ganhar, e eu vou ficar ficar feliz pelo que eu ganhei, por que graças a deus (e toda a vontade enlouquecida - que chega a ser uma coisa inasana - que eu tenho de sentir a vida), poucas foram as coisas que eu deixei de aproveitar. Perder? perdi o chão, perdi algumas certezas, perdi o último show do exaltasamba e outro do teatro mágico, perdi um celular e dinheiro no bolso de trás da calça. perdi também alguns receios, algumas dúvidas, perdi alguns medos mas não me perdi, me encontrei. Me reservo a algumas coisas, me reservo algumas felicidades, e algumas certezas que com certeza eu ainda vou perder também. Ganhei tempo, ganhei amigos, ganhei amor, ganhei experiência, ganhei carinho, ganhei dinheiro, ganhei conhecimento, ganhei muita da vida que eu tenho hoje. Ganhei uma estante, ganhei uma boina, ganhei amigas, ganhei abraços, e ganhei saudade.

O que a vida reserva pra mim? Como é que eu vou saber? Seilá, que graça teria viver, se não fosse pra descobrir pelo caminho? A gente faz muito do que é reservado pra gente. As coisas pulam de trás de arbustos, pedras que surgem no meio do caminho e pontes inseguras a serem atravessadas. E claro, regadas a muito boa companhia. Aquelas pessoas que flutuam do teu lado, caso precise de um abraço em uma noite quente de verão, ou uma mãozinha antes de saltar por algo que a gente acha importante. Aqueles alguéns pra olhar um pouquinho além da curva pra olhar e dizer que é seguro. Ou às vezes simplesmente a presença pra te deixar um pouquinho mais feliz e lembrar que tá valendo a pena estar aqui. O que a vida reserva pra mim? Eu não sei. Se eu soubesse... perderia muito da graça que tem estar viva. Mas eu tenho um palpite! (esses palpites...) Algo bom, porque é que eu quero pra mim. É o que eu sinto que vem de mim, e é o que eu quero pra quem fica do meu lado. Algo muito bom que faz abrir sorrisos e encontrar olhares. Tomar vinho e encontrar paixões. Mudar de humor e de amor, e que dê algo bom que te faz sentir bem, tudo de bom em sintonia com tudo de bem. O depois? Pela primeira vez, o depois? fica pra depois!

E se não puder fazer tudo... faça tudo que puder! :D
ditadinho velho, pra esclarecer o dia!

13 de dezembro de 2009

(M)eu

Impressionante como eu estava precisando desse tempo pra MIM. essa paz, essa tranquilidade no espírito, essa segurança. esse auto-conhecimento pequeno mais tão necessário para todos os dias. ficar um pouco sozinha, um pouco do lado de quem te quer bem. de quem te quer o melhor. essa sentada no meio do céu, olhando pras árvores, vendo o sol bater nelas e o vento balançando tudo como se quase fossemos vento também.

sou o que eu acho que eu sou, o que eu quero ser, e aquilo que os outro veêm em mim. sou o que eu amo, sou aqueles que eu amo. sou dias de sol, e tempestades, vendavais. sou dança, luz, e brilho. sou copos cheios e risadas a toda hora. sou sinceridade, sou reciprocidade e confiança. sou estrela, e sou luar, sou livros. sou café e cigarros, perdição e alegria! sou tudo aquilo que eu vejo em mim, e tudo aquilo que eu ainda quero ser! sou a minha ausência. sou a minha saudade. sou a minha força, e a minha vontade. sou pés com bolhas, pernas cansadas e um sorriso no rosto. sou chá em fins-de-tarde e sou garrafas em noites inteiras. sou o saber olhar para algumas coisas e reconhecê-las como especiais, sou o saber que tudo tem seu tempo, que a gente tem seu tempo. que cada um tem o seu tempo, e que assim como eu, tudo se ajeita depois, o tempo ainda faz milagres. sou mais do que eu mesma posso imaginar a meu respeito, sou menos do que outros podem esperar de mim. mas sou o melhor praqueles que sabem aonde procurar. sou o respeito que falta hoje em dia, e a falta de respeito que todos deveriam ter quanto ao que os outros impõe a nós mesmos. sou a felicidade que todo mundo gostaria de ter, e quem nem todo mundo tem a coragem de aceitar. ser feliz é difícil, porque ser a gente mesmo é uma coisa que todo mundo anda gostando de complicar. todo mundo querendo nos moldar, nos modificar, nos adequar a nossa realidade cada vez mais homôgenea.

quem quer ser homogêneo? eu quero ser diferente - e só por isso - eu sou diferente. eu também sou igual, eu quero ser feliz, ter filhos, amigos perto, uma recheada conta no banco e muitas histórias pra contar - que nem todo mundo. mas eu não espero tudo isso pra abrir minhas metas, e abrir minhas portas, eu não espero por isso para começar a viver. não fico em casa por falta de dinheiro, nem por falta de companhia, não deixo de aproveitar as coisas pela minha idade.. hoje todo mundo se acostuma a esperar ter uma certo padrão pra viver. mas viver não é pra ser exatamente seguro, não é pra sempre ter certeza de tudo. é pra ser bom, e pra ser curtido com uma responsabilidade óbvia. não é preciso esperar contas no banco, noites estreladas, e namorados de carro para sermos felizes. noites de chuva, vaquinhas pra comprar cerveja e cigarros, pizza, risadas, meia-luz, música, conversas... são as coisas que nos fazem felizes. só depende da gente ver isso como uma boa opção, não tem porque nao viver. não tem porque se segurar. já escutei muita gente falando em "se preservar". vai preservar o que? VIDA? vida não é pra ser preservada, vida tá aqui pra ser aproveitada da melhor forma. todos aqueles chatos que me desculpem, mas ficar em casa sozinho fazendo planos é coisa de segunda a quinta, sexta feira a noite eu só quero aproveitar um pouquinho da vida, que eu me dei o direito de roubar pra mim.


final de ano é fogo, parecendo que tá todo mundo comemorando um seilá de alegria no ar. as pessoas podem ser dividas básicamente em duas partes: as angustiadas/cansadas pelo final do ano, e aquelas tranquilamente dispostas a iniciar depois de muito cansaço, uma nova temporada. 2009 foi um seilá de dúvidas, escolhas, ensinamentos, pensamentos, crescimentos, brigas, reconsciliações e sinceridades. foi um ano necessário, mas em termo práticos? meio inútil. acho que eu só poderia me categorizar como uma angustiadamente tranquila. não dá pra dizer que tô triste, mas um pesinho né: 2009 acabou, to deixando tanto pra trás, to com tanto medo que outras coisas ainda fiquem presentes em 2010. mudanças sempre trazem essa sensação de instabilidade, mas é óbvio, transformações necessitam de um período de tempo de insegurança. pra depois a gente poder se olhar tranquilo e se reconhecer naquilo que mudou, claro.

Muita força, e vontade.

Segura!

você não precisa de alguém que te dê segurança. a gente precisa de alguém que dê confiança. a gente precisa de alguém que também tenha segurança. a gente precisa ter segurança antes de querer confiança. a gente precisa ter confiança, a gente precisa passar segurança. a gente precisa tanto de uma confiança, a gente quer tanto ter essa segurança que acaba confiando na segurança de outra pessoa por não ter essa auto confiança. segurança gente, segurança!

8 de dezembro de 2009

Porque alguém ainda tem que dizer isso.

Ao encontrar mulheres siga essas regras básicas: Se não ligar pra ela quando disse que ia ligar e ela for o tipo de mulher que merecia aquela ligação, não ligue depois. Poupe o seu - e principalmente - o tempo dela. Se vai sumir por um tempo, prepare-se. Ela vai sumir por muito mais, e vai chingar você quando finalmente depois uma bebedeira federal, você ligar. Não tenta colar a história da relação que tá indo pro brejo (sério, ninguém aguenta mais essa encheção de saco, não dá pra alguém lembrar que nós temos cérebros, oi). Quando as coisas estiverem ruins, não espere ela te chamar para "uma conversinha" porque vai ser muito pior, chame você a ela. Vai ser cansativo, mas ela vai ficar um tanto admirada pela atitude que você teve em cuidar da relação de vocês. Só diga que a ama se isso for realmente sincero, não tem problema dizer "te adoro" enquanto o amor não estiver preparado, nada faz uma mulher crescer mais do que um homem verdadeiramente sincero. Saiba separar as noites com os amigos, das noites com ela, porque se não isso é garantia de ficar sem sexo durante 1 semana. No mínimo. Quase toda mulher gosta de surpresas, supreenda-a, dá muito prazer saber que estar com você não precisa ser entediante e que você tem a capacidade fazê-la sorrir em horas inesperadas. Agora o básico: Ela não perde tempo, e isso, é um fato. Então valorize-a o suficiente pra ela não querer ir embora, ok? Relação entre homens e mulheres é reciprocidade e confiança, e sem isso, escute a voz feminina: game over.

perfil de um dia

paixões: o sol, minhas amigas, caminhar bem acompanhada, sentar após 1 hora de caminhada, café e cigarros, o som que o vento faz quando bate nas coisas, boa companhia em qualquer situação, tequila, um abraço de quem se importa contigo, um dia sem nada pra fazer, um dia com TUDO pra fazer, um livro em um dia de chuva, matar as saudades de quem ta longe, notas boas, união, risadas, olhares profundos, conversas intermináveis, certezas inconfundíveis.

1 de dezembro de 2009

Samba de verão



Você viu só que amor
Nunca vi coisa assim
E passou, nem parou
Mas olhou pra mim...
(...)
Olha, é como o verão
Quente o coração
Salta de repente
Para ver
A menina que vem...

Ela vem sempre tem
Esse mar no olhar
E vai ver, tem que ser
Nunca tem quem amar
Hoje sim, diz que sim
Já cansei de esperar
Nem parei, nem dormi
Só pensando em me dar...

29 de novembro de 2009

O tempo ensinou

A vida me ensinou a sorrir, mas o tempo me ensinou a ter medo. Ter medo, de ser feliz demais, e de ser feliz de menos. De ter demais, porque tudo que é demais sobra. E quando sobra, você tem que dividir, e quem disse que essa divisão é justa? Quem disse que quem reparte é você? Depois que entramos nesse clima, passa-se a ter medo de tudo, até do que é de menos! De se envolver demais e acabar desgastando, de se envolver de menos e acabar parecendo cruel. Quando na verdade é só vida, e muita sinceridade. Coisas que são na verdade muito simples e nós gostamos de complicar, só pra parecermos mais inteligentes. Ter medo de perder vida por ter medo. Fazer demais pela ausência do medo. Equilíbrio, todo mundo precisa. Não pretendo mandar cinzas de rosas pra ninguém, porque é só vida e a vida acontece, independente de aceitar o que ocorre ou não. Vida não pede autorização, nem pergunta pra ninguém, faz o que acha melhor e bota o medo no meio do caminho só pra tentar nos fazer um pouquinho mais sábios e deixá-lo falar quando é necessário. Mas quando ele é necessário? Definitivamente perto de grandes alturas, penhascos, prédios, rios, e cordas penduradas em lugares altos. Mas só? Só isso? E perto das grandes pessoas, e das grandes paixões? E dos grandes riscos? Devemos temer as possibilidades? Nós somos capazes de ir muito além do que imaginamos, ter medo é limitador e ter coragem é renovação. E com as grandes pessoas, até onde devemos deixar a confiança fluir? E perto das grandes paixões? Será que vale mesmo a pena se envolver, e deixar fluir como um rio que provavelmente vai parar na próxima fábrica poluente, ou pagar o preço e apostar na mega-sena pra ver se acha um oásis no lugar das 7 maravilhas do mundo? Não acontece com todo mundo. O tempo me ensinou a ter medo.
Mas que pessimista. O tempo também me ensinou que o próprio tempo é recompensador. Pra deixar acalmar e deixar fluir todo sentimento. Experiência, renovação, aceitação. Vários nomes e nenhum que explique o sentimento, a segurança, pra deixar as coisas nuas e cruas como a gente tem que estar pronto pra ver e aceitar. Só o tempo faz algumas coisas como diminuir feridas e aumentar sentimentos. Aumentar sentimentos. Aumentar saudade, aumentar o amor, aumentar a esperança. Só o tempo acaba com algumas coisas. Só o tempo acaba com a saudade, acaba com o amor, acaba com a esperança. O tempo, um cara recompensador.

24 de novembro de 2009

..tem que existir verdade!

saudade do anjo que me fazia sorrir.

"Na vida tudo passa, não importa o que tu faça, o que te fazia rir hoje já não tem mais graça.. Tudo muda, tudo troca de lugar, o filme é o mesmo só o elenco que tem que mudar! Que alterar, pra poder se encaixar, se não for pra ser feliz é melhor largar! Então se ligue, busque felicidade, pra existir história tem que existir verdade!

Numa estrela cadente o sonho se faz presente, no compasso do batuque de um coração doente.. A fera tá ferida mas não tá morta, Deus fecha a janela mas deixa aberta a porta!"
(Túlio Dek)

Litoral

Pra começar vou abrir um leve assunto, citando um livro muito peculiar que acabou parando na minha estante da escritora chilena - e maravilhosa - Isabel Allende. O nome do livro é "Filha da Fortuna" e quanto mais eu leio, mais peculiar o modo dela de desenvolver a história me parece. Venho há alguns dias remoendo uma frase que mecheu muito comigo, e que deixei guardada pra lembrar de postar aqui quando desse. Lembrei - finalmente - e deixo aqui um pouquinho da poesia e peculiaridade que tanto me encantou.

" Com o passar dos anos, chegou à conclusão de que essa história não era de todo ruim: há uma certa poesia e um certo mistério naquilo que o mar nos devolve."
(diz ela referindo-se à dúvida que surge "de onde eu vim" quando pensa sobre o fato de ser adotada. ela fantasia ter sido parte do destroços de um navio na beira-do-mar, e ter sido achada na praia, no porto e depois entregue aos seus pais adotivos).

Há realmente uma certa poesia naquilo que o mar nos devolve. Estava revirando os livros da biblioteca lá da escola em um desses períodos inúteis que existem para serem ocupados com páginas de maravilhosa literatura, e eu fui atrás de algo um pouco mais empolgante. Adoro romances policiais, investigações, crimes, e logo fui para essa seção, onde acabei achando um que me pareceu mais cabível a leitura. "O Silêncio da Chuva" de um cara que eu não faço idéia de onde veio. O livro era bom, bem atípico para esse estilo policial, a história não tinha (pelo menos até o ponto que eu li) aquela continuidade que tanto nos deixa loucos para comer de colher o fim do livro. Mas isso não importa, na realidade o que me chamou atenção foi que o detetive responsável pelo assassinato do livro, o Espinosa (sim, nossa olha o nome do cara), sentava-se durante longos períodos na beira-do-mar. Olhando. A cidade do livro, era uma cidade portuária, e nesses locais costuma-se ter apenas bêbados, drogados, acompanhantes, e negociantes enfim. Ele conta que no começo todos olhavam-no com exagerada desconfiança. Mas depois todos acostumaram-se a sua presença. Ele, o detetive Espinosa, olhando para o mar. Sentindo o vento bater. Pensando. Daí eu fico imaginando aquela sensação maravilhosa que te arrepia de um jeito bom, de sentar e simplesmente ficar olhando a vida agir e as ondas quebrarem. Há quem pegue conchas na beira da praia, e quem não adora achar um brinco, ou pegar de volta um chinelo que o mar quis levar embora? (todo mundo já quase perdeu um chinelo assim) A maioria das pessoas pega conchas, brincos, chinelos e outras trivialidades que a nossa babaquice deixa escapar. Mas covenhamos que babaquice é não pegar o que o mar de tão livre e espontânea vontade te oferece. Espinosa pegava dicas, palpites, sentimentos, ele via as pessoas agindo no porto, vivendo. E assim se montava seu quebra-cabeça, que sempre está ligado ao nosso comportamento, pegava o vento para a solução de uma dúvida. E eu, o que eu pego na beira-do-mar?

Eu pego sentimentos da beira da praia. Eu pego tranquilidade, guardo nos bolsos muito carinho, e calço nos pés muita certeza de que esse é caminho que eu quero seguir. Alguns vão para a beira-do-mar pra procurar respostas, eu vou pra beira do mar pra escutar as perguntas que ele tem a me fazer. Eu vou pra procurar sentimento, poesia, e escutar o que o mar tem pra me dizer depois da noite passada. E o engraçado de tudo isso é que tem algo que o vento, e a beira-da-praia sempre me trazem.. Liberdade. Um sentimento de liberdade inexplicável, inextimável, que me faz sentir mais inteira. E mais solta, quase como se o vento pudesse me levar para uma ilha só minha em pleno mar aberto. O mar com suas ondas e profundezas, sempre tem algo a nos oferecer, a questão é se estamos prontos para deixá-lo.. falar.

(...) "há uma certa poesia e um certo mistério naquilo que o mar nos devolve."

23 de novembro de 2009

Happy birthday

Companheiro de grandes momentos e lugar no qual eu tento expressar em pequenas doses, venenos e doçuras que a alma é capaz de criar! Nesses 6 meses de existência deixo aqui fotos das tuas primeiras caras (que foram muitas, e seguirão sendo) nesses primeiros meses de "vida". Sim, eu salvei todas, porque alguém me disse uma vez pra não esquecer o que eu já fui, porque isso também estrutura do que eu vou seguir sendo amanhã. Alguém pode achar engraçado eu falar com o meu blog, mas ele é especial pra mim, um lugar pra deixar a arte mandar, e a gente! Sem restrição (ops, palavrão pode? pra ti may!), e pra exercer todo o nosso direito de libertos (ui, delícia) de um mundo ditadorial, aqui o fundo é meu, a foto é minha e eu boto o que eu quiser (menos conteúdo pornográfico, porque daí fica foda haha). Obrigada por tudo!
(since 23 de Maio/2009)

Luz_____________________Sentindo ausência.


Sendo assim________________(meu) Mundo Paralelo


Minha primavera___________ Minha primavera2


Alegria, pôr-do-sol..__________Mulher-ruim


Luz._________________________Lucila.

16 de novembro de 2009

Prazer.

Oi. Venho aqui eu lhe contar algumas coisas sobre essa mulher que está ao seu lado nesse exato instante. E eu peço que antes de qualquer coisa, você olhe pra ela e diga: EU SIMPLESMENTE NÃO ESTOU AFIM DE VOCÊ. É nesse momento que ela vai olhar pro nada, deixar o orgulho automaticamente tomar conta se levantar e sair da sala. Nas próximas duas horas ela ficará remoendo tudo no quarto, fingindo que está tudo bem. Superioridade. E se você - filhodaputa! - não for procurá-la, ela irá até você. Nem que seja só pra lhe xingar e dizer o quão merda você é, por estar deixando-a ir. Se você não ceder/voltar atrás/ dizer que a ama, em outras palavras afrouxar a posição (para ela poder pisar em cima de você, obviamente) a possibilidade de você ter ela para sempre é maior. Ela simplesmente adora um não para ter com o que brigar, e ter o gostinho de ver as coisas do jeitinho que ela quer. Quando ela quer.

Sabe essa mulher ao seu lado? Ela olha para outros homens na rua, sim ela cuida eles, ela até já imaginou se não estivesse com você com quem estaria, mas ela não consegue. Ela conversa muito com alguns deles, e as vezes quando ela esta mal eles a ajudam, ela sente um carinho grande por parte de alguns mas não dá bola, afinal ela esta com você e ela é fiel a você, mesmo as vezes desconfiando da sua lealdade. Ela sabe muito bem que vocês dois são totalmente diferentes, mas ela até já se acostumou com isso, por que ela sabe que as pessoas não mudam por causa de outras, elas mudam somente por elas mesmas. E ela é feliz assim com você, mesmo com todas as diferenças. Ela me contou tanta coisa de vocês, disse que você a elogia muito, mas me disse que às vezes faltam elogios da parte dela, mas que às vezes ela até chega a pensar que é cômodo estar com ela pra você. Que é simples, porque não tem nada demais.

Sabia que às vezes ela chora? E que ela sente sua falta? Embora você - idiota! - provavelmente não tenha notado, você tem uma mulher embora não aparente super sensível do seu lado. Pra começar vou te dar uma dica, presta atenção nisso e presta mais atenção na sua mulher, ela presta tanto atenção em você, no seu cabelo, nas suas roupas, na sua voz em tudo e ela se sente esquecida às vezes, sabe o que você pode fazer? Liga só pra dizer só o que você sente e desligar. Mas tá ok, eu não vim aqui pra te dar dicas, mas sim pra te alertar que nossa, ela gosta tanto de você! Você não imagina quantos queriam estar no seu lugar e ela só tem olhos pra ti, e isso, já deves ter reparado!

O recado está dado. E vê se agora - seu sem noção! - vai no quarto pedir desculpas pra ela e chamar ela pra jantar. Você já disse o não, e agora ela vai ter a sensação de poder que ela tanto gosta. E vê se não conta pra ela que eu te disse isso, se não ela vai ficar muito braba comigo, mas afinal, nós somos amigas e eu quero o melhor pra ela. Eu amo ela, e ela ama você, então faça por merecê-la se não o fofo aí de baixo cai. Logo. Na verdade ela disse que você é ótimo, é um excelente companheiro mas dê mais valor pra ela, porque se não vai ter que se entender com ela simplesmente não ligando nenhum pouco pra você, e com as amigas dela que vão te destruir por completo. E tenho dito. Beijinhos

11 de novembro de 2009

Simples assim

Vou fumar toda cafeína
Vou beber toda nicotina
E respirar o ar poluído da cidade pra ver se acordo para a realidade.

(Anônimo)

27 de outubro de 2009

Tapete vermelho

Todas nós meninas, já imaginamos em algum momento da vida em sermos a menina mais olhada da festa, aquela que quando chega na festa, se estende um tapete vermelho que todos gostam e vem cumprimentar. Linda, simpática, com aquele cara lindo e querido que ama ela ao lado. E seilá, quando eu boto a minha música bem alto eu sou essa guria, aquela que dança muito no meio da festa, e sem querer, só se tem olhos pra ela. Até me esqueço que eu tô lavando louça e que eu não posso demorar porque tenho mais coisas pra fazer. Mas acho que depois de um tempo o anonimato é um presente dos céus, pelo menos quando a gente faz coisas etílicamente memoráveis - como é o meu caso - onde nunca quando sei sai, sabe-se o que vai acontecer. Acabo me deixando levar por distrações, hã, no mínimo muito agradáveis ao meu momento espiritual: Viver e deixar viver. Quer momento melhor que esse? Acho que muitas dessas meninas que são o centro das festas, simpáticas, com namorados de sorriso de plástico, se sentem frustradas por não se deixarem libertar dessas rotinas sociais que elas mesmas criaram ao seu redor. Não sei exatamente como deve ser viver sem meus momentos mais loucos, da segurança de saber que eu posso me libertar sem ninguém apontar e/ou criticar por isso. Sem me preucupar com a imagem, com a dignidade. Porque nesses momentos, no momento mais escuro da noite, quando a música toca mais alto e só quer deixar entrar dentro de você, elas só servem pra encher papel, quando o vazio vai se espalhando por dentro como uma água bem fria, quando se nota que a única coisa que ficou da noite passada foram flashes de simpatia muito vazia, e músicas já anteriormente tocadas quando - no calor da festa - você vai embora no fundo sem aproveitar absolutamente nada. Quando essas meninas centro de festa já não se irritaram com a convenção social, e mandaram tudo bem longe, virando aquela falta excessiva, escandalosa e vergonhosa de dignidade. De respeito com elas mesmas, denegrindo não só a imagem delas (como se não bastasse), mas a imagem geral de tantas outras mulheres solitárias nessa mesma festa. No fundo sem nada, simplesmente frustrante não ser uma ninguém sem tapete vermelho e namorado do sorriso de plástico. Vantagens de uma vida anônima, e não tão anônima assim. Digamos que anônima o suficiente, conscientemente que o meu momento de estrela tem minuto e segundo pra terminar, e quem dera ser quando DJ anuncia, porque normalmente é minha mãe gritando "Lucila, ABAIXA ESSE SOM!"

26 de outubro de 2009

Verdade

Peguei-me perguntando esses dias o que é "a verdade". A verdade no sentido mais cru da palavra, quer dizer alguma coisa que é real, ou possivelmente real, dentro de um sistema de valores. Mas não é isso que me ocorre quando eu penso em verdade (porque isso é coisa de dicionário) . Quando eu penso em verdade eu sinto que é uma coisa bem distante, como se fosse ela que nos escolhesse, e não o contrário. Pra não começar complicando, vou falar do oposto: Porque é tão mais fácil a mentira? É bem mais fácil, porque a mentira nós podemos escolher. Tramar, modificar e adequar a nossa maior insanidade. A verdade é nua, e crua. Nós podemos simplesmente aceitá-la e lidar com ela da melhor maneira possível. O que na maioria das vezes, não é (nem de longe!) o suficiente. A quantidade de mentiras que nós usamos ao longo da vida para tornarmos situações possíveis, construirmos coisas, e destruirmos tantas outras, é incrível quando se para pra pensar. Mentiras são coisas que a gente inventa pra gente mesmo pra se auto-preservar e que a gente repete pros outros também, na esperança de que assim, se alguém acreditar, isso vá se tornar mais verdade. A verdade é cristalina, mas normalmente ela vem cheia de capas, escondida deibaixo de panos pra que a gente nao posso ver ela logo de cara. Como se fosse algo que a gente não pode entender, mas a verdade pode entender a gente, porque não o contrário? A verdade é límpida assim, sem o toque inquietante das águas quentes que a mentira dá a alma. Há épocas que nós precisamos dessa inquietude e sensação de liberdade, mas não sempre, e não mais agora.

Mentiras vão e mentiras vem, uma hora a gente acaba se aquietando. Aprendendo a mentir direito pelo menos, porque se não só vai é dar trabalho. E tem que ter resultado, e tem que ser algo verossímel. A gente sempre acaba se achando brilhante, meu deus, nao acredito que deu certo. Não acredito que funcionou, que ela acreditou. Que eu acreditei!

Pois é, nao é tao bonito quando é com a gente. Depois de um tempo acho que até mentir pra gente acaba ficando feio, porque a gente cresce e começa a aceitar se não bem, com uma maior maturidade algumas verdades. A gente cansa. Cansa de se preocupar, cansa de esperar, cansa de imaginar, cansa de forjar. Forjar idéias, forjar sentimentos, forjar a gente mesmo. Por fim, alguma coisa que eu não sei o que é (deve ser a verdade), nos leva a ver que tudo que tiver que acontecer, seja hoje, amanhã ou depois, um dia vai vir. Para de esperar verdades e mentiras que não tem dia marcado pra chegar, porque afinal, o que chega sem esperar chega de forma mais natural, com muito mais emoção. A mentira é simples, qualquer um em qualquer lugar do mundo pode usá-la, modificá-la e contá-la a gosto. Mas a verdade (ah a verdade!) é aceita por poucos e loucos, que só sabem ser assim, verdadeiros. A verdade (essa sim!) é grandiosa.

Vale o trabalho, queimação dos neurônios que restaram depois de todas as noites etílicamente memoráveis, como para uma agulha dentro de um palheiro. Porque somos pérolas dentro de ostras mentirosas, e água límpidas em épocas de seca. Tudo isso, só pra ver o nosso lado verdadeiro, sorrir.

9 de outubro de 2009

Fundamental

Não sei quem inventou os padrões de beleza, mas ô criaturazinha maldita essa. Porque padrões? Pra que padrões? Sois humano, não sois máquina. Deus não é uma grande fábrica onde todos os seres humanos são criados na forma de produção em série, e quando eventualmente alguém sai com "defeitos" excessivamente diferente, é jogado pra escanteio e botado em liquidação. Em que mundo nós vivemos?

São as nossas particularidades (que podem ser consideradas "feias" por outros, ou não) que nos tornam realmente especiais e únicos. Pra que seguir os padrões se são nossos defeitos que nos tornam encantadores? Como um amigo já me disse, qualidades em geral, todos tem as mesmas. Seres simpáticos, amigos , sinceros. Não fáceis de encontrar, conquistar e outros etecéteras, não é isso que eu estou dizendo. Mas segue-se sim um padrão de qualidades. Simpático, responsável, amigo, parceiro, honesto. Já os defeitos são coisas tão mais particulares! Tão mais pessoais, que nos tornam tão mais apaixonantes (e apaixonados!).

O jeitinho que ela franze a sombrancelha quando está irritada, o medo incontrolável que ele tem de lugares altos. O quanto ele odeia laranja e essa é a cor do seu sofá, e a forma definitivamente esquisita e anti-social que ela ri em lugares públicos. PADRÕES. pra quê serve mesmo? Quem quer ser alta, "linda" e loira.. (e tenho que dizer aqui, sem NADA pra pegar) quando pode ser você com todos os seus dotes viciantes e encantadores?

A gordurinha que você tem do lado, que ele adora. O fato de você ser baixinha, e sempre ter que "pedir" aquela ajuda pra pegar alguma coisa. A cor do seu cabelo que reflete no sol de uma forma que alguns só conseguem com refletores em um estúdio. O encaracolado leve que fica na ponta dos seus cabelos em alguns dias, sem precisar de nenhum cabelereiro famoso pra chegar nisso. Quem disse que não é divertido ser amiga dos meninos? Ganhar deles na guerra de braço não é um fato qualquer. E ainda por cima ser respeitada por isso. E ainda - mais que isso - a forma única que em alguns dias o seu sorriso toma forma, e aquele jeitinho engraçado que o cabelo dele fica depois de acordar, sempre parecendo que levou um susto. Falando sério meninas, dá vontade de agarrar. O jeitinho dela que quando ri parece uma criança de 5 anos. As gordurinhas dele nas costas que quando a gente pega, dá vontade de morder. (e dependendo, aproveitem! porque pode morder mesmo). E o fato de você conseguir quebrar recordes inimagináveis, não é qualquer um que consegue fazer uma escova decente em menos de meia-hora.

É diferente? Bota em liquidação as revistas, as ditaduras de consumo que TE consomem todos os dias! Tudo isso é besteira, ninguém sabe ser encantador e único em um equilíbrio tão perfeito quanto você! A favor do artesanato, do artista, de cada peça especial e única, sem nenhum preconceito contra cada fio de cabelo fora do lugar! Pra acabar com o mundo cinza, dominado pela máquina (e a produção em série). E lembrar que um dia como você mesma, colorido, expontâneo e natural, te deixa sim (ISSO SIM) muito mais sexy, auto-confiante e digna de todas as capas.

Ser você mesmo.
Isso sim, é fundamental.

6 de outubro de 2009

De humor e de amor,

Sempre mude.

Sofá sem lados

Escovando os dentes de manhã eles vem me fazer perguntas incovenientes, e querer que eu ceda um espaço junto do meu copo da escova. Um pedaço do meu sofá. Planos. Eu fujo sutilmente. Normalmente eles não percebem. E quando percebem, procuram o meu olhar. Se eu olhar eu vou dizer a verdade, melhor não olhar.
Fico quieta pensando. Sempre paro pra pensar isso: Eu vou estar fazendo mais mal a eles se eu não falar. Daí eu acabo dizendo o que todos eles não esperam escutar na hora de escovar os dentes: que eu gosto muito deles, são legais e tudo e nós nos entendemos, mas é só isso. Eles demoram alguns segundos para absorver o que eu quero dizer com o meu "só isso". Daí ficam uns segundos olhando pro nada e a primeira reação é surpresa. Depois ficam chateados, magoados, brabos e outras coisas. Nunca me aconteceu de dizerem que eu estava exagerando, pelo menos até agora. Certamente em algum momento vai acontecer, e provavelmente vai ser bem merecido, mas enquanto isso eu vou vivendo. Até porque normalmente eu deixo chegar no ponto limite. Aonde eu ainda não estou mentindo, se eu vou mentir convenhamos que só vai me dar trabalho. Melhor deixar pra lá. Talvez até possa soar como algo precipitado da minha parte, mas quando os dois estão na mesma vibe no relacionamento, isso nunca soa como um fim, uma crítica ou um aviso. Isso soa simplesmente como algo que os dois tem consciência e que foi exposto em palavras agora. E assim permanecerá. Então melhor avisar. Eu nunca quis ninguém dizendo por aí que eu dei uma impressão falsa, porque com essa atitude aí em cima, eu posso dizer que é mentira.

Falando nisso, tem um monte de gente por aí que já disse que eu sou fria e outros etecéteras irrelevantes pro contexto desta conversa. Podem dizer o que quiserem. Eu tenho consideração pelas pessoas a minha volta, e comigo mesmo, portanto eu não deixo os outros desperiçarem seu tempo comigo e obviamente não deixo que ninguém desperdice o meu. Isso sim eu acho inteligente.

Afinal, esse sofá não tem lados, esse sofá é meu.

3 de outubro de 2009

Wake up

Você já se pegou pensando tanto no futuro próximo quando se dá conta de que está sentado na mesma cadeira por horas, dias e assim vai?

Pois é, eu já. E hoje no ônibus eu me peguei pensando em como as coisas aconteceram rápido. Muita gente, muitos acontecimentos, muita informação, para se passar tudo se parece tão longo, mas quando vemos esses 'acontecimentos' já fazem parte de um passado longínguo que nem damos uma olhada antes de deixar pra trás. E o que me fez despertar essa cadeia de pensamentos foi a 55ª Feira do Livro de Porto Alegre, que está cada vez mais próxima agora (30 de outubro a 15 de novembro). E eu me peguei surpresa ao pensar nisso.

Normalmente a Feira do Livro (pelo menos para mim) parece demorar algo parecido com anos da vida da gente pra chegar, e durante ela, nunca há tempo suficiente para adquirir todo o conhecimento embutido dentro de todas aquelas páginas. Mas dessa vez eu parei para me situar. Em que mês nós estamos mesmo? OUTUBRO? Mas nao era ano passado? A feira não terminou agora a pouco? Meu deus. Que surpresa. E mesmo assim é impressionante constatar que as mudanças nesse período de tempo são notáveis, e nem ao menos eu parei de fato para considerar! Que assustador. Mudanças são normais, e pela naturalidade com que aconteceram no último ano.. podemos dizer que as vezes temos que parar e chacolhar a cabecinha. Tem alguém aí dentro, com um cronômetro? A vida está passando, hellou!

Que maldade da minha parte, a vida não está passando.
Pelo menos a minha não está. A minha vida está desfilando, pra vida e pra fila de todo mundo que quiser assistir! Que bom está sendo viver o momento pleno dos dias, sem sentir que esse segundo é desperdiçado. E quando parar pra analisar, ver que com o tempo, algumas coisas mudaram. Algumas pessoas saíram e outras entraram pelas minhas páginas. Algumas pessoas mudaram de endereço, outras de cidade. Algumas continuam do meu lado, outras não. Algumas mudaram o cabelo, outras o pensamento. Ter a firmeza para guardar velhos livros, e arrumar sua estante para os novos capítulos que chegarão em breve. Ter a confiança de mesmo com os novos espaços abertos na estante, não esquecer dos livros-de-cabeceira que acompanharam você durante todos esses anos. Ver que o que mais mudou no final das contas, foi você.

E poder sorrir com isso.

1 de outubro de 2009

Amala

Estava assistindo agora a pouco uma série norte-americana, onde eles fazem dois ou três episódios especiais na África, em um campo de refugiados, em Darfur. E é claro que o fato deles fazerem esses episódios não diminui em nada, a sua falta de atuação no campo humanitário internacional, quando se trata de fazer algo para fazer a diferença de fato. Pronunciamentos, declarações de apoio, me botem em um palanque que farei o mais belo discurso já visto por uma adolescente. Mas eu falo de atitude, porque quando eu puder, eu vou fazer mais.
Os investimentos norte-americanos para políticas intervencionistas são só para quando se pode retirar algum lucro, em guerras (que são lutas por espaço para investimento e retirada de lucros absurdos onde o povo recebe uma migalha ínfima do todo, quando recebe) onde milhares de vidas são perdidas sem saber exatamente o porquê. Esse é o sistema em que vivemos, eu não acredito que ainda existem pessoas que dizem que sistema capitalista ainda não entrou em crise. Citando, a África. Lá a guerra permanece. Fome, desigualdade, uma guerra étnica sem fim. O tratamento nunca chega. Ajuda. Enquanto o mundo para para debater se o que acontece nesses lugares é considerado ou não um genocídio, mulheres são estupradas, crianças tem malária, esquisstomose, bebês nascem com AIDS, homens são mortos pela posição 'social' onde nasceram (lá se tem um sistema próprio de crenças, e homens a quem o povo escuta, as 'autoridades' locais, tratam logo de matar). Crianças vem à nossa companhia sem a menor condição de sobrevida, sem a menor expectativa. Não se tem tratamento médico suficiente a todos aqueles atingidos. Não existe ajuda o suficiente. Gente que nem sabe por exato o que está acontecendo, apenas sabe que aqueles que queimaram a sua aldeia devem ser o inimigo.

Gente que se contenta com um prato de comida a noite, e saúde. Gente que precisa de ajuda, porque que tipo de pessoa merece suportar esses sofrimentos? E se fosse com a gente, nós não íamos querer ajuda? E se fosse a sua casa pegando fogo? E se fosse a sua família? E se fosse o SEU tratamento médico? Enquanto isso as mesas de reunião em todo mundo, uma vez por semana discutem a pauta, interferir ou não interferir? Não entendo porque para realizar ataques, detonar guerras eles são tão decididos. Dinheiro! E tudo em nome do mais profundo apego aos direitos humanos. Para isso a política intervencionista deve servir. Mas quando companheiros, irmãos, seres humanos tão bons quanto nós e que merecem tanto viver quanto a gente seguem morrendo todos os dias das formas mais cruéis que o ser humano conseguiu inventar, o mundo não se une para ajudar. Isso meus irmãos, é o sistema onde vivemos. O capitalismo globalizado é tão decadente, putrefato e destrutivo quanto a escravidão nos tempos do Império Romano. Já não oferece valores positivos à sociedade. E em um mundo onde as guerras deixaram de ser armadas, para se tornarem nucleares, é para nós, um desafio evitarmos que o enterro do capitalismo não seja também o da espécie humana. Ou de tudo aquilo que nos torna humanos.

Alguém tem coragem de defender isso?
Para os empenhados em construir um mundo melhor.

Para a posterioridade, "Amala", quer dizer esperança.

30 de setembro de 2009

Aonde foi parar?

Amor de pai, amor de mãe, amor de amigo, amor de irmão. Onde foste parar? Faz tanto tempo que eu tento de encontrar.. Em esquinas, dentro dos olhares, nos poemas, no fundo das taças. Eu queria te encontrar para poder te lembrar quantas pessoas precisam de ti, a inquietação interna e teu dom de mudar as coisas. E de mudar as pessoas. Já parou pra ver como está o mundo? Como as pessoas do mundo estão? A falta que tu faz. Todos andam banalizando teu verbo. Te usando como se tu fosses assim fácil de ser encontrado. Fácil de ser usado, como se pudesse ser manipulado! O mundo anda sem você no coração.. já viu como as pessoas se tratam na rua? Sempre que eu insisto em te procurar no fundo dos olhares, falta aquele brilho. As crianças fazem questão de me lembrar em algumas tardes o quanto tu ainda existe. Aonde você foi parar? Crianças longe dos pais, pais longe dos seus filhos, antigos maridos e mulheres que não se respeitam, irmãos que não se gostam, pessoas que simplesmente não se importam.

Tem dinheiro demais, trabalho demais, manipulação demais.
Gente fazendo menos, se importando menos, amando cada vez menos.
O amor sumiu.
Quando tu resolver aparecer, me avisa certo?
To com saudade de te ver nos olhos das pessoas e to cansada de te ver ausente em muitas dessas.

28 de setembro de 2009

beijos, Ana Carolina.

Ela é bala
A mestiça é todo gás
Cada braço é uma viga do país
Abre o olho com ela meu rapaz
Ela é quase tudo que se diz...

Quando compra uma briga
Ela é demais
Vai no groove
E não deixa desandar
Ela é pop, ela é rap
Ela é blues e jazz
E no samba é primeira linha...

Vamo lá!
Laura, Ligia, Luma
Lucineide, Luciana
Quer seu nome escrito
Numa letra bem bacana...

-"-

Sei que não sou santa
Às vezes vou na cara dura
Às vezes ajo com candura
Pra te conquistar
(...)

Vim parar nessa cidade
Por força da circunstância
Sou assim desde criança
Me criei meio sem lar

Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha
É pra depois te... Han!

-"-
Hoje, uma alma doce.

22 de setembro de 2009

De: sapatilhas.

COMO MUDAR O MUNDO:


Comece por você. Eu comecei. Arrumar o quarto, ler livros, sorrir ao encarar o dia. Peguei minhas velhas sapatilhas e ensaiei ontem, aqueci, estiquei, brilhei mais do que qualquer outra coisa em um raio de km. Fazia tanto tempo que não em sentia assim, toda a minha plenitude. Minhas sapatilhas velhas são melhores do que as pantufas mais confortáveis do Zaffari, eu não trocaria por nada. Mas ontem eu mudei, tinha comprado um par de sapatilhas novas antes de ter que parar, para os ensaios extras para o concurso, as antigas não iam resistir. No fim, eu é que não resisti, e nunca mais tinha tido coragem pra tocar nelas. Mas são tão lindas! Estavam ainda com aquele cheirinho de novinhas. Ontem peguei elas, e deixem-me botar a modéstia de lado: Elas ficaram lindas nos meus pés. Quanto estico o pé para ficar na ponta é simétrico, é perfeito. Tinha esquecido o quanto eu sou bailarina sem fazer nenhum esforço, e o quanto se eu me esforço eu posso ser muito mais e muito melhor. O quanto ser bailarina faz parte de mim. Faz parte do que eu sou, e isso não tem nada a ver com ter ou não joelhos. Não desistir das coisas porque elas são difíceis, tentar com mais força do que antes, justamente por isso. O agora é inconstante! Nós somos inconstantes! A gente tem que ter visão, e ir além do que se vê. Vale cada gota de suor, cada noite investida como eu prefiro pensar. Eu falo também de sacrifício, porque me custa muito, mas contenta minha alma por inteiro, e isso é maior do que qualquer coisa; é como se tudo fosse melhor depois.


Eu tento todos os dias mudar meu mundo, com sorrisos, alegrias, sinceridades, lutas, leituras e pensamentos. Eu comecei com as sapatilhas. Cada um tem o seu jeito, pode ser só sorrir pro porteiro do prédio, e desejar bom dia. Pode ser ligando para uma amiga que não vê a muito tempo, pode ser fazer uma coisa que você nunca fez antes, pode ser fazer alguma coisa que você costumava fazer sempre, pode ser do jeito que você quiser. O importate é começar.


Sapatilhas siginificam muito pra mim, significam tudo pra mim. E é inusitado estar assim com algo especial, que vem desde que eu não consigo me recordar por exato. Quando eu era pequena quando brigava com a minha irmã mais nova, minha mãe dizia que se eu brigasse de novo com ela eu não iria dançar depois da aula ou que não ia me apresentar no fim do ano! Que maldade. Eu e ela sempre acabávamos brigando, e é claro que eu sempre me desesperava como se esse fosse o fim da minha humanidade, e chorava e fazia até conseguir ir. E normalmente conseguia. Só as vezes não, porque afinal ela é mãe por algum motivo. Acho que ela achava que eu ia entender alguma coisa assim (o que é uma pena, porque agora eu já tô meio grandinha e eu e a caca continuamos nos amando profundamente). Nem me lembro mais a quanto tempo isso é tudo que me faz feliz. O que me faz mais feliz, e não me faz feliz todos os dias, mas me alivia.


Tudo o que eu criei a minha volta a partir do momento que eu comecei a crescer, brilhou mais quando eu acordei hoje pela manhã: eles gritavam "você tinha esquecido, tinha esquecido, nós sempre estivemos aqui!". Meu quadro de bailarina que eu comprei no meu primeiro concurso, minhas coleções de sapatilhas rasgadas pintadas esfoladas penduradas depois de tanto ensaiar, minhas credenciais de cursos e concursos penduradas na parede, minha bailarina em arame pendurada no teto. Minha primeira gaveta da cômoda que guarda meias-calças, ponteiras de silicone, ponteiras de esponja sujas de sangue pela minha primeira apresentação no palco usando pontas com bolhas, blusas e malhas (e grampos perdidos). Eles sorriam pra mim, porque eu decidi sorrir pra eles, outra vez. Sei que esse post não foi o melhor que eu já escrevi, mas é a primeira vez que eu consigo falar disso em muito tempo! E eu tenho orgulho de dizer que eu tento, mesmo que seja no meu quarto sozinha antes de dormir. A batalha mais importante sempre é travada com nós mesmos.


Contentar a alma, é como harmonia de orquestra. E porque um amigo acaba de pedir ajuda em uma equação aproveito e faço uma analogia nos diabos: Se minha vida fosse uma equação seria cheia de variáveis e pouquíssimas contantes, daquelas que seu professor bota na última prova pra ferrar com todo mundo. Sapatilhas.

E até quem me vê,
lendo jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei. (Rodrigo Amarante)

15 de setembro de 2009

Smile.

Depois de tanta chuva.. finalmente uma tarde ensolarada, perfeita para comer bergamotas e fazer a fotossíntese em algum lugar silenciosamente solitário com um livro. Apesar, de que eu estava começando a gostar da chuva. Porque o tempo não pode ser ensolarado e ao mesmo tempo com a brisa fria que te faz arrepiar na nuca e abraçar a pessoa ao lado? Daí é bom. Dái tava observando essa coisa do tempo e relacionando as pessoas. As pessoas sempre relacionam dias feios (nublados) a tristeza, caos, etc's mas na realidade é tudo mentira. Dias ensolarados também são uma merda porque parecemos sorvetes ao longo do dia fora do congelador.
Admiro a forma que a humanidade porta durante os seus dias, a forma que eu mesma me porto em alguns momentos. Olhar de cara feia pro dia porque? Por acaso alguém a sua volta tem culpa? Relaxe, e tente usar as coisas a sua volta como distrações (todos falam mal delas, eu sei - mas distrações são ótimas). Talvez ao sorrir pro dia, o dia sorria pra você. Sempre uma esperança.
"Quando o dedo aponta para o céu, o idiota olha para o dedo!" O Fabuloso Destino de Amélie Poulain

14 de setembro de 2009

The bitch, is back

"O amor não é para mim, o amor é para quem acredita nele."

Vocês acreditam no amor? O amor é uma troca de favores e gentilezas, um quê de olhar perdido que acaba logo. Amor é a desculpa que usamos pra deixar que a saudade tome conta dos nossos corpos, a consciência que a saudade foi morta e ainda assim arrancou um pedacinho de nós, e reviveu aquela vontade de mandar tudo pro alto e viver aquela coisinha que nós sentiamos. Coisinha tal que é, infíma, que faz nós seguirmos em frente todos os dias. Mesmo sabendo que isso tem sempre um quê de impossível. Aliás, amor é quando nós sabemos que é impossível. Isso torna o jogo bem mais divertido. Sair em outras noites, conhecer outros caras e mesmo assim não se dar por vencida, olhar de cima e dizer: Não, obrigada. Eu já tenho saudade de canalhas o suficiente para acrescentar mais um a minha lista. E sentir saudade mesmo assim, vê se pode? Isso é o amor.

Amor é quando a gente sente alguma coisa borbulhando, e um tempo depois, amor é quando a gente sente o chão faltando e alguma coisa caindo dentro de nós. Como se tivesse realmente alguma coisa pra cair, perder ou coisaqueovalha. Amor é perder a segurança e as certezas, é deixar de saber quem você é por conta de com QUEM você está. Sem botar a culpa em quem você está, se você está apaixonada por esse 'quem' a culpa é única e exclusivamente sua. Amor é deixar de conhecer a si próprio e passar a conhecer quem está ao seu lado. Amor é depois de um tempo conhecendo a pessoa ao lado, enjoar, odiar e mandar pastar. E se arrepender depois porque está sozinha/não encontrou coisa melhor etc. Ou porque sente falta das 'qualidades' que seu par emprestava a você, e de quanto ele fazia o seu ego subir, e logo sair dizendo que era "como ele fazia você sentir." E confundir isso com saudade. Isso é amor.

Amor pra mim, é quando eu não tenho vontade de dizer aquelas palavras básicas "Ela simplesmente não está afim de você." Pra mim amor é quando eu não tenho vontade de chegar e avisar antes: Não quero nada contigo, tá por tua conta, eu tô te avisando. Como se avisar adiantasse alguma coisa, normalmente quando se avisa esse jogo já está perdido. Ah, que perda - que lástima! Lamento, até como se eu pudesse fazer algo por nós meu bem. Talvez na próxima. Amor é procurar nos outros o que falta todos os dias em você, porque você sabe que é difícil demais achar por você mesma. Amor é isso, a falta de tudo dentro de nós, achando que alguém pode de alguma forma sanar as nossas - humanas e sãs - deficiências!

Amor é não achar no fim do copo a solução, porque o amor bóia e ainda acena pra você.
Amor é pra quem tempo e disposição para amar.
Amor é pra quem quer amar. Porque quem quer amar faz dar certo - pelo menos no início.
Amor é uma coisa repugnante que faz você chorar ao assistir filmes.
Amor é uma coisa que faz você se sentir ilusóriamente feliz quando acha que tem (mentira)

Amor? Amor é pra quem acredita nele!

Amor pra mim? Amor pra mim é uma coisa abstrata, eu ainda não conheço o amor. Eu não sei amar alguém, não sei esquecer que eu sei o que eu faço, e que sim não importa o quanto você diga o contrário eu tenho razão. Eu não sei olhar e dizer, nada é mais importante do que nós. Tem muita coisa que é tão - ou mais- importante do que nós que pra mim, chega até ser feio mentir assim. Amor pra mim não existe, pra mim amor é quase uma feira. Você tenta comprar o melhor, mesmo que pague mais caro. E no fim vai acabar estragando do mesmo jeito que os outros, só com a (des?)vantagem que esse pode durar mais. Mas no fim você vai acabar trocando mesmo, então não faz tanta diferença assim.

E eu?
Eu acredito.
Em mim.



Linda, charmosa, arrasadora, conquistadora. Mal-falada, admirada, reconhecida, aproveitada. Encantadora, alucinada, louca e requisitada. A melhor - e a pior! - parte de mim. The bitch, is back.

3 de setembro de 2009

A melodia do meu samba..

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender...

Me encara, de frente
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver...

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dá...

Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar...

Não enche! (Caetano)

1 de setembro de 2009

Elas podem nos ouvir!

Estava eu aqui vagando pelas minhas pastas revirando conversas e risadas e achei um comentário de uma amiga a respeito de uma comunidade que ela achou no orkut "Nós ouvimos o sininho". E sinceramente quando ela me mandou eu dei risada, porque a descrição da comunidade é realmente original, pelo menos eu nunca tinha visto. Algo do tipo "As mulheres não são todas iguais", "É uma espécie de sino, como aqueles que as vacas usam para avisar quando estão por perto. " e por fim "Mas nós ouvimos - de longe - o sininho."

Fiquei surpresíssima ao constatar o último fato, Elas podem nos ouvir! Quando mulheres que sabem o que fazer, sabem fazer, e tem a coragem para fazer chegam elas pelo menos tem noção disso. Afinal, nós somos muito úteis a humanidade não é mesmo? Como as vacas.

As pessoas chingam as vacas que são animais tão calminhos, e tão bons! Ficam comparando, usando termos perjorativos com animais que só fazem bem à gente, cedendo o leite que nós tomamos no café da manhã, leite tão rico em vitamina A e Cálcio, e também é aproveitado para fazer manteiga, queijo e seus derivados! Tudo bem que lá em uma certa altura do campeonato elas morrem, são mortas etc... Mas elas tiveram uma vida boa, e útil. E elas viveram de qualquer forma. Então eu imagino que quando tu chame alguém de vaca tu esteja elogiando essa pessoa. Mas vamos explicar isso pra alguém?!

E acho que as mulheres não são todas iguais mesmo..
Existem mulheres que resolvem não esperar acontecer, o sapatinho de cristal, e o príncipe encantado. Existem mulheres que sabem bem o que querem, e sabem o que fazer para conseguir. E ainda por cima (vacas!) tem a coragem pra fazer. Todos falam do conservadorismo, moral, decência. Mas eu nunca vi isso ser "útil" pra nada. Já as vacas...

E ah e o resto das mulheres que não se enquadram nos termos ditados acima, se perdem na vida e acabam entrando em comunidades "Nós ouvimos o sininho"!

24 de agosto de 2009

meu bestiário de luxúrias.

Eu.
A parte mais infinita de mim.
Um bestiário de luxúrias,
Um hospício de ambições.
Um canteiro de medos.
Um cemitério de dúvidas.
Um harém de ódios mimados.
Uma bacia de putas
E lutas revolucionárias,
Em comum acordo pelo bem da união.

Luciana.

20 de agosto de 2009

..em outro Mundo.

Tava eu hoje no bus viajando pensando besteira pra variar (descobri que se vende seda em minimercado e achei super engraçado, e fiquei pensando se cafeína também não deveria ser proibido pelos x motivos comuns a todos que já tiveram problemas com ela, o vício, enfim). E fiquei ali no buzu lotadão divagando.. em outro Mundo. E me lembrei daquele post que eu escrevi aqui há muito tempo ("Café") e pensando que bom, hoje eu finalmente paguei por botar meu TRI no mesmo bolso direito da mesma calça durante todos esses anos, amanhã terei que voltar a rotineira viagem a pé para a escola. Vingança cruel.

Viajar de bus é como entrar em um mundo legal com hora pra começar e terminar. Ver os adolescentes escutando pretinho ao mesmo tempo, e ver todos rindo ao mesmo tempo também (e é hilário ver os mais diferentes sensos de humor), ou como hoje perceber pensamentos escondidos. A Moça ao meu lado viu o celular tocando tirou, viu quem era no retrovisor, respirou fundo e deixou tocando na bolsa, ficou olhando o resto da viagem para a janela com um olhar de tristeza. Um menino hoje subiu ali na frente do Rio Branco e cumprimentou várias pessoas, cara de guri, mas nem tão guri assim comentou "não, não eu não to estudando.." trabalhando. Me lembrou um certo amigo-conhecido que também foi assim hoje de 20 e vai alguns e tá bem, tentando terminar os estudos com a cabeça no lugar. Deu saudade. Depois ver uma família típica do Salso: Uma senhora bem arrumada com idade da minha mãe, com uma filha de seilá uns 25/26 anos, com um filhinha pequena procurando lugar pra sentar. Teve a filha adolescente ainda. Vidas cruzadas, sem nenhuma ligação.

Poema no ônibus, quem não adora (pegar um dos bons)?

Se eu deitar num divã
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!

Me deparar, vejam só, com coisas que sempre nego
De sentir amargor na fruta doce que pego.
De castigar a lembrança, com imagens que renego,
De só gostar do que tenho, quando ao desprezo relego!


Se eu deitar num divã
perceberei o meu ego,
dizer zombando de mim:
Depois eu que sou cego!

Naura Vieira

18 de agosto de 2009

Inside

Não sei porque nos últimos dias senti uma dificuldade inexplicável em exprimir aqui meus pensamentos. É difícil escrever com a minha certeza e humor caracterísicos se tudo aqui dentro anda tão bagunçado. Ou tão diferente. Acho que diferente é mais provável. Acho que esse tempo andou mechendo comigo. Aliás, o que não anda mechendo comigo? Inconstante, indecisa, inexplicável... impossível.

O meu pensamento tem poder infinito, e minha vida agradece todas as vezes que eu ajo a serviço da maior humanidade que existe em mim.. mas vou ter que pedir desculpas pra alguém, porque o dia-a-dia acaba tapando a tapas as melhores partes do meu sorriso, irritação, frustração com as coisas tão rotineiras, e com as grades que eu mesma ergui ao meu redor. Antes, encontrar borboletas (que são coisas significam afinal muito pra mim) faziam meu dia definitivamente mais reluzente. Mas porque se tanta luz não reflete mesmo pra dentro? SERÁ QUE ALGUÉM NÃO TEM UM FÓSFORO? Pensei que meus momentos de crisezinhas patéticas e existênciais já tivessem passado, mas ah acabam sempre voltando. Constantemente.

Então: Não dizem que quando a gente procura mudar algo a nossa volta, a gente não está satisfeito com a gente mesmo? E quando dizem mudar as coisas a nossa volta, dizem reformar como por exemplo o blog aqui, e o meu profile. Eu sei que a princípio são coisas fúteis, mas pra eu que me conheço o suficiente pra saber exatamente o que isso siginifica, as coisas são um pouco mais.. mais minhas. Antes eu estava sempre mudando, o tempo todo. Depois diminui. Parei, voltei de leve. Agora é só de vez em quando.. mas agora meus lapsos de mudança estão sempre relacionados aos meus pensamentos mais ocultos, meus momentos mais meus. Meus maiores medos de dar errado, minha maior vontade de dar certo. É só que as vezes não é suficiente, mas tem que sim voltar a ser o suficiente, por que é mesmo o que preenche a gente pra viver a vida de fato. Se não a gente vira uma dessas pessoas que (argh!) a gente vê na rua, que a gente sente pena. Frustradas, por colocar a sua felicidade dentro de uma coisa que não depende delas. E eu tenho a minha teoria sobre isso: Nunca bote sua felicidade dentro de uma coisa que não depende de você. Talvez isso isso explique muita coisa em mim.. E bom, aí tem coisas que eu posso, e devo aprender. E que eu devo dizer que a pena (ainda) não se aplica a minha singela personalidade.
E Deus, que dia mais estranho, me voi. adios! (seg 17/08/09)

3 de agosto de 2009

Deusa do amor



Tudo fica mais bonito quando você está por perto



Você me levou ao delírio por isso eu confesso



Os seus beijos são ardentes



Quando você se aproxima o meu corpo sente


Os seus beijos são ardentes



Quando você se aproxima o meu corpo sente
Ahahahoôô..



Vem pra cá deusa do amor




Vejam o bloco Olodum ao passar na avenida..



Todos cantando felizes de bem com a vida!



Caminhando lado a lado..



Formamos um belo casal somos dois namorados



No suingue dessa banda



Balança o mais forte alicerce que tem neste mundo



O cupido me flechou!



..Foi no bloco Olodum que encontrei meu amor.
Ahahaoôô



Vem pra cá deusa do amor



Vem me embalar, neném

tãnãtanãnãã nã nãã...

Moreno Veloso.

31 de julho de 2009

A Moça Tecelã.



Nesse quarta-feira fui vítima de uma imensa felicidade como se tivesse voltado aos meus 7 anos de idade. Fui ao teatro curtir - com toda a vibe boa que o teatro tem - a peça "A Moça Tecelã", adaptado da obra de Marina Colasanti, que estava se apresentando no teatro Elis Regina, na Usina. Não sabia do que se tratava a peça, só fui porque meu pai havia me convidado e acabei me surpreendendo e tendo uma noite encantadora.

O grupo que está exibindo a peça, é um grupo que assisto desde muito pequena, A Caixa do Elefante Teatro de Bonecos. Eles tem espetáculos muito bons, populares aqui em porto alegre (ver "Histórias da Corrocinha" e "O Cavaleiro da Mão-de-Fogo") e é a primeira vez que eles desenvolvem um espetáculo para o público adulto. E se eu disesse que foi bom seria mentira. Foi maravilhoso, um espetáculo profundo e acima de tudo sensível. Era como se os sorrisos apaixonados que ela dava fossem os nossos. As pessoas se enchergavam nela. Ou será que eu me encherguei? Acho que todos carregam um pouco de solidão e encanto dentro de si. Luzes e trevas, dúvidas e certezas, acertos e erros. Faz parte de existir.

Sem nenhum diálogo, com músicas instrumentais, sons de vento e passarinhos, jogo de sombras em cima de tecido e um dos bonecos que era um dos protagonistas, a peça encantava. Te levava pra viajar junto com a moça que tecia tudo a sua volta, e assim como ela fazia, também desfazia. Ela me deu outra dimensão sobre as mesmas coisas e é surpreendente quando a gente se dá conta de que a maioria das coisas a nossa volta, somos nós que tecemos, construimos. E de acordo (originalmente) somente com o nosso pensamento. Ela tece a própria solidão. Ela desfaz a própria solidão. Ela passa depois de uma experiência a entender a solidão. Depois de certos momentos da vida, nós - seres humanos - também passamos a compreender que a solidão não é algo que nós precisamos fugir como o diabo foge da cruz. Aceitá-la como uma visitante que ajuda e aconselha nos faz bem. A única coisa que a torna fria e amarga é o repúdio. É preciso compreendê-la, e assim, aprender a aproveitá-la. A peça mostra algo disso também, temos que saber entedê-la, compreendê-la. Sei que o espetáculo foi algo singular, mesmo achando que é comum as coisas a nossa volta sugerirem pensamentos e reflexões, é singular ir a um lugar que te faz sentir. Que te inspira a sentir tudo ao redor. Como se nós também fossemos capazes de tecer, e a um simples toque desfazer.

Logo no início já vem com um jeito pra tocar, com as parcas cantarolando uma música infantil ligeiramente conhecida "se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar..". Um espetáculo cheio de magia, que te faz querer dançar junto aos bonecos e deixar o som do vento te levar também. "com pedrinhas, com pedrinhas de brilhante, para o meu, para o meu amor passar.."

Além da jogada magnífica de luz e sombras, não é só uma representação ótima ou um lindo ensino sobre o poder que todos nós temos por dentro, É contar um pouco através do teatro sobre o que habita (mesmo que fundo) em nós, solidão, luz, sombras, sorrisos, amor, moradias eternas e danças que (ainda) nos envolvem como crianças.

28 de julho de 2009

Um cantinho pra chamar de meu

Todo mundo quer. Eu tenho todas essas coisas minhas que você acha tão complicado. E que te fazem ficar louquinho toda vez que olhas pra mim. Esse meu jeito de quem acorda sem estar acordada ainda, toda a ainda criança por quem você foi se apaixonar. A gente pode se acostumar.. Eu só não gosto tomar banho morno, nem de rosas amarelas. O resto a gente ajeita pode ajeitar! A gente vai viver só de amor, vem pra cá... vem.

24 de julho de 2009

Faz frio aqui na terra do nunca.

INVERNO. Acabei de ir ali na frente pegar o Jornal. E cara, parecia que o vento estava dando socos na minha cara. Friozinho de vez em quando é bom, ir pra serra, curtir a redenção em uma tarde especialmente fria e aproveitar pra ficar em casa curtindo com o namorado momentos de eterno romance (Mesmo que esse último não se aplique a mim). Tá certo que o inverno é sim uma oportunidade das pessoas redescobrirem a elegância que a paisagem branca traz, até por uma questão de auto-preservação, ninguém quer morrer de frio. E que forma melhor de fazer isso, se não com elegãncia? Eu adoro comer fondue, e ver um filme de baixo das cobertas. Mas será que alguém ainda aguenta acordar e ter que deixar a sua cama quentinha para o ar gelaado da rua?

Convenhamos, ninguém aguenta mais parecer um saco de batatas de tão encasacada, ficar desejando a todo momento, capuccino, nescau quente, cafés diversos (ai delícia), sopas, coisas quentes e ficar com a sensação que meus pés terão que ser amputados toda vez que eu vou dormir com eles gelando a cama. Não aguento mais ficar parecendo um urso toda vez que eu saio, e ter que sair da minha cama quentinha de manhã para o ar antártico da rua. Alguma dúvida de que o nariz escorrendo já cansou?

E - claro - o fator crítico: Discordo de qualquer um que diga que o inverno não dá vontade de comer. Quem em sã consciência não fica sempre tentado as delícias quentes nesta época do ano? Pratos assados, salgados de forno saindo fumacinha, chocolates derretidos, combinações cruéis que nós fazem sair do inverno para a primavera em verdadeiro desespero pelos 20kg que ganhamos por todos os 527º cafés que tomamos ao longo dos dias. O frio acaba me deixando comilona, emburrada, angustiada, compulsiva. Eu não sou fã, mas até um xis me deixa louca, só por ver a fumacinha saindo dele.

O verão pode ter todos os problemas de sempre, nós ficarmos nojentas por qualquer coisa e termos que tomar 5 banhos por dia, o fato de que nenhum lugar tem ar condicionado suficientemente bom pra ficarmos bem. O de que (pra quem fica em Porto Alegre no verão) o centro vira um lugar que exala odores inimagináveis com o sol batendo. Mas será que não podemos ficar felizes por não quase chorarmos pra tomar banho pelo vento desgraçado que bate bem na hora que a gente tira a roupa? E por não ter todas as "ites" atacando ao mesmo tempo que um resfriado vem te incomodar? O verão te faz vestir tecidos leves, e te sentir como os tais. Te faz poder ficar até tarde na rua, tomar um sorvete no fim da tarde com os amigos, e as 20h ainda ser cedo pra voltar pra casa. Vai dizer que qualquer paisagem colorida, cheia de verdes, não é capaz de nos fazer sorrir no verão? Poder ir a uma festa sem deixar 80% da sua roupa na chapelaria, deitar na beira-do-mar e olhar pro céu, curtir um violão á luz da lua.. as novas amizades, a consumação perfeita das antigas, a vibração mais que positiva da praia, da manga cavada. Mesmo pra quem fica em Forno Alegre, quer vibração melhor que não precisar estar sofrendo com doenças invernais e gordurinhas fora do lugar?

... É. Ainda faltam dois meses para eu começar a sentir qualquer calorzinho, e enquanto isso, protejam os rostos, comprem luvas e muitos BENEGRIPES e - aproveitando a oportunidade - juntem-se a mim tomando um chocolate quente, na Terra do Nunca.