1 de outubro de 2009

Amala

Estava assistindo agora a pouco uma série norte-americana, onde eles fazem dois ou três episódios especiais na África, em um campo de refugiados, em Darfur. E é claro que o fato deles fazerem esses episódios não diminui em nada, a sua falta de atuação no campo humanitário internacional, quando se trata de fazer algo para fazer a diferença de fato. Pronunciamentos, declarações de apoio, me botem em um palanque que farei o mais belo discurso já visto por uma adolescente. Mas eu falo de atitude, porque quando eu puder, eu vou fazer mais.
Os investimentos norte-americanos para políticas intervencionistas são só para quando se pode retirar algum lucro, em guerras (que são lutas por espaço para investimento e retirada de lucros absurdos onde o povo recebe uma migalha ínfima do todo, quando recebe) onde milhares de vidas são perdidas sem saber exatamente o porquê. Esse é o sistema em que vivemos, eu não acredito que ainda existem pessoas que dizem que sistema capitalista ainda não entrou em crise. Citando, a África. Lá a guerra permanece. Fome, desigualdade, uma guerra étnica sem fim. O tratamento nunca chega. Ajuda. Enquanto o mundo para para debater se o que acontece nesses lugares é considerado ou não um genocídio, mulheres são estupradas, crianças tem malária, esquisstomose, bebês nascem com AIDS, homens são mortos pela posição 'social' onde nasceram (lá se tem um sistema próprio de crenças, e homens a quem o povo escuta, as 'autoridades' locais, tratam logo de matar). Crianças vem à nossa companhia sem a menor condição de sobrevida, sem a menor expectativa. Não se tem tratamento médico suficiente a todos aqueles atingidos. Não existe ajuda o suficiente. Gente que nem sabe por exato o que está acontecendo, apenas sabe que aqueles que queimaram a sua aldeia devem ser o inimigo.

Gente que se contenta com um prato de comida a noite, e saúde. Gente que precisa de ajuda, porque que tipo de pessoa merece suportar esses sofrimentos? E se fosse com a gente, nós não íamos querer ajuda? E se fosse a sua casa pegando fogo? E se fosse a sua família? E se fosse o SEU tratamento médico? Enquanto isso as mesas de reunião em todo mundo, uma vez por semana discutem a pauta, interferir ou não interferir? Não entendo porque para realizar ataques, detonar guerras eles são tão decididos. Dinheiro! E tudo em nome do mais profundo apego aos direitos humanos. Para isso a política intervencionista deve servir. Mas quando companheiros, irmãos, seres humanos tão bons quanto nós e que merecem tanto viver quanto a gente seguem morrendo todos os dias das formas mais cruéis que o ser humano conseguiu inventar, o mundo não se une para ajudar. Isso meus irmãos, é o sistema onde vivemos. O capitalismo globalizado é tão decadente, putrefato e destrutivo quanto a escravidão nos tempos do Império Romano. Já não oferece valores positivos à sociedade. E em um mundo onde as guerras deixaram de ser armadas, para se tornarem nucleares, é para nós, um desafio evitarmos que o enterro do capitalismo não seja também o da espécie humana. Ou de tudo aquilo que nos torna humanos.

Alguém tem coragem de defender isso?
Para os empenhados em construir um mundo melhor.

Para a posterioridade, "Amala", quer dizer esperança.

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