13 de dezembro de 2009

(M)eu

Impressionante como eu estava precisando desse tempo pra MIM. essa paz, essa tranquilidade no espírito, essa segurança. esse auto-conhecimento pequeno mais tão necessário para todos os dias. ficar um pouco sozinha, um pouco do lado de quem te quer bem. de quem te quer o melhor. essa sentada no meio do céu, olhando pras árvores, vendo o sol bater nelas e o vento balançando tudo como se quase fossemos vento também.

sou o que eu acho que eu sou, o que eu quero ser, e aquilo que os outro veêm em mim. sou o que eu amo, sou aqueles que eu amo. sou dias de sol, e tempestades, vendavais. sou dança, luz, e brilho. sou copos cheios e risadas a toda hora. sou sinceridade, sou reciprocidade e confiança. sou estrela, e sou luar, sou livros. sou café e cigarros, perdição e alegria! sou tudo aquilo que eu vejo em mim, e tudo aquilo que eu ainda quero ser! sou a minha ausência. sou a minha saudade. sou a minha força, e a minha vontade. sou pés com bolhas, pernas cansadas e um sorriso no rosto. sou chá em fins-de-tarde e sou garrafas em noites inteiras. sou o saber olhar para algumas coisas e reconhecê-las como especiais, sou o saber que tudo tem seu tempo, que a gente tem seu tempo. que cada um tem o seu tempo, e que assim como eu, tudo se ajeita depois, o tempo ainda faz milagres. sou mais do que eu mesma posso imaginar a meu respeito, sou menos do que outros podem esperar de mim. mas sou o melhor praqueles que sabem aonde procurar. sou o respeito que falta hoje em dia, e a falta de respeito que todos deveriam ter quanto ao que os outros impõe a nós mesmos. sou a felicidade que todo mundo gostaria de ter, e quem nem todo mundo tem a coragem de aceitar. ser feliz é difícil, porque ser a gente mesmo é uma coisa que todo mundo anda gostando de complicar. todo mundo querendo nos moldar, nos modificar, nos adequar a nossa realidade cada vez mais homôgenea.

quem quer ser homogêneo? eu quero ser diferente - e só por isso - eu sou diferente. eu também sou igual, eu quero ser feliz, ter filhos, amigos perto, uma recheada conta no banco e muitas histórias pra contar - que nem todo mundo. mas eu não espero tudo isso pra abrir minhas metas, e abrir minhas portas, eu não espero por isso para começar a viver. não fico em casa por falta de dinheiro, nem por falta de companhia, não deixo de aproveitar as coisas pela minha idade.. hoje todo mundo se acostuma a esperar ter uma certo padrão pra viver. mas viver não é pra ser exatamente seguro, não é pra sempre ter certeza de tudo. é pra ser bom, e pra ser curtido com uma responsabilidade óbvia. não é preciso esperar contas no banco, noites estreladas, e namorados de carro para sermos felizes. noites de chuva, vaquinhas pra comprar cerveja e cigarros, pizza, risadas, meia-luz, música, conversas... são as coisas que nos fazem felizes. só depende da gente ver isso como uma boa opção, não tem porque nao viver. não tem porque se segurar. já escutei muita gente falando em "se preservar". vai preservar o que? VIDA? vida não é pra ser preservada, vida tá aqui pra ser aproveitada da melhor forma. todos aqueles chatos que me desculpem, mas ficar em casa sozinho fazendo planos é coisa de segunda a quinta, sexta feira a noite eu só quero aproveitar um pouquinho da vida, que eu me dei o direito de roubar pra mim.


final de ano é fogo, parecendo que tá todo mundo comemorando um seilá de alegria no ar. as pessoas podem ser dividas básicamente em duas partes: as angustiadas/cansadas pelo final do ano, e aquelas tranquilamente dispostas a iniciar depois de muito cansaço, uma nova temporada. 2009 foi um seilá de dúvidas, escolhas, ensinamentos, pensamentos, crescimentos, brigas, reconsciliações e sinceridades. foi um ano necessário, mas em termo práticos? meio inútil. acho que eu só poderia me categorizar como uma angustiadamente tranquila. não dá pra dizer que tô triste, mas um pesinho né: 2009 acabou, to deixando tanto pra trás, to com tanto medo que outras coisas ainda fiquem presentes em 2010. mudanças sempre trazem essa sensação de instabilidade, mas é óbvio, transformações necessitam de um período de tempo de insegurança. pra depois a gente poder se olhar tranquilo e se reconhecer naquilo que mudou, claro.

Muita força, e vontade.

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