8 de janeiro de 2010

Tecnicamente

Que horas são? Deve ser perto da uma e meia. Meus olhos estão cansados, mas ainda não estão pesados daquele jeito que nos faz fechar todas as janelas, primeiro as do computador depois as da alma, que são - por fim - meus olhos. Tecnicamente hoje ainda é dia 7 pra mim, o dia só se encerra quando eu me preparo para o ritual sagrado de deitar minha cabeça em um lugar minimamente agarrável e confortável e me dar ao luxo de adormecer tranquilamente. Isso já me foi uma coisa tão negada por fatores desconhecidos do meu relógio biológico que é uma benção... melhor não lembrar, não lembrar. A história de só terminar o dia quando se dorme se torna um pouco difícil quando fazemos aquelas indiadas de virar noites e dias seguintes inteiros podres de cansaço, que acontecem principalmente nessa época de vapores quentes, mas não vem ao caso, não vem ao caso.

Dormir é um momento sagrado do dia, a gente precisa dar aquela relaxada antes de dormir, meu fisio até me receitou um ótimo jeito de relaxar cada parte do corpo e sentir sono, contraia parte por parte do seu corpo primeiramente nas extremidades e depois para o interior do corpo em direção ao coração. No fim do processo, a sonolência vai estar tomando conta. Se não a gente dorme tenso, acorda tenso, e nem sente aquele relaxamento reconfortante que é fundamental logo ao acordar "AHHHHH" e nos espreguiçamos sentindo o corpo preguiçoso de tão bem que ficou. Dormir é uma coisa bem pessoal, dizem. Especialistas em leitura corporal e outras coisas dizem que o jeito que a pessoa dorme diz muito sobre ela. Seilá, não sei se eu acredito muito nisso. Eu durmo de formas muito diferentes durante o ano, e depende muito também do meu estado emocional durante as horas sagradas. Medrosa, amendrontada, surpresa, orgulhosa, com medo, receosa, nervosa? Durmo pra algum lado, encolhida, como uma concha. Relaxada, tranquila, livre? Combina com o verão pra mim. Durmo esparramada, agarrada no travesseiro confortávelmente.

Uma garrafinha de água. Não durmo sem água perto de mim. Podem rir, mas se eu não tiver antes eu acordo no meio da noite com sede. Ás vezes até aguento uma noite sem (principalmente por que eu não estou sempre em casa) mas nunca duas. Preciso desse conforto, dessa segurança, e nem perguntem porque, eu não faço a menor idéia. Melhor ainda se tiver um abajur por perto, ler ler ler. Desde pequena executo este pequeno ritual antes de dormir... Tomo um bom banho, escovo os dentes, dou beijo em quem estiver por perto (inclusive nas amigas, que se estiverem presentes, cubro-as) desejo a todos uma boa noite. Vou na cozinha, pego um copo bem cheio d'agua ou uma garrafinha (santas garrafinhas reaproveitáveis!). Chego no quarto pego o livro do momento, ou vou na estante e seleciono uns quantos para minha diversão de categorização por qualidade. Os melhores ficam no topo da pilha e a medida que desce a qualidade também baixa. Abro o livro e o leio até minha mente não analisar mais as letrinhas misturadas à minha frente, normalmente o ritual ultrapassa um tanto da meia noite, se quando deito vejo os ponteiros razoálvelmente mais cedo.

E hoje, depois de muito tempo - muito tempo mesmo - eu tive sonhos, dos quais eu me lembrei depois que me acordei e durante todo o dia. Sem o menor sentido pra mim, mas fazia tanto tempo que não me recordava do que a minha mente cansa de fabricar na minha ausência! Chegava as vezes até a me perguntar se o nome do que eu fazia era dormir, tanto era a minha certeza de que eu simplesmente piscava no momento em que eu deitava preocupada pra dormir, e em instantes via o celular apitando em algum lugar do quarto (provavelmente debaixo da minha pilha de roupas, dentro de alguma bolsa). Bom sinal.

Tecnicamente o dia não terminou, e que dia. Cansaço, confusão, alegria!
E por fim, um sono que me espera do qual eu não pretendo (definitivamente) fugir.

Vou pra cidreira amanhã, não sei quanto tempo vou ficar fora, então até mais. Espero que gostem, e aproveitem essa estadia confortável de abstinência da insanidade de verão de uma loira que anda por aí... Boa noite!

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