27 de maio de 2009

Cabeça - para separar as orelhas.

Pegando ônibus 4 vezes ao dia, no mínimo, a gente acaba escutando umas coisas estranhas. Eu escutei a discussão de 2 caras do Petrópolis PUC esses dias. Um deles afirmava alguma coisa que dizia assim, ele devia pagar menos impostos porque ele não tem filhos, e mesmo que tivesse jamais os botaria em uma escola pública, impostos para a educação, fora. Então ele afirmava que não tinha que contribuir nem para a educação nem pela saúde já que ele dispõe de plano de saúde privada. O outro cara com a cara bem vermelha ( e imaginem só, ele já era ruivo) disse que futuramente ele precisaria de um médico, e esse médico teria estudado em algum lugar, possivelmente uma escola pública e depois em uma universidade pública. E que tudo isso voltaria pra ele depois, que mesmo que ele não tivesse filhos, assim como profissionais que sairão dali para de alguma forma servi-lo. Ele vive em sociedade.

O cara ficou brabo, e começou a curpir e falar alto demais. Ele disse que nunca, NUNCA aceitaria ser atendido por um médico que foi de escola pública, ou se formou em uma universidade pública. Que absurdo. Imagino eu que ao ser atendido um dia em uma Emergência (Deus castiga esses) como irão saber disso se ele não tiver uma tatuagem no peito com os dizeres "SÓ PUCRS, UNISINOS, ULBRA, FEEVALE. s.mín: Acima de 4.000." junto, claro, com o número do seu dr partic.

Botei meus fones, me fixei em um daqueles poemas nos ônibus e depois fixamente para O nada. Depois de momentos como esse eu não posso evitar. SINTO-ME PRIVILEGIADA peloque eu carrego acima do meu pescoço. OBRIGADA.

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